sábado, 5 de dezembro de 2009

Neste Natal, como nos anteriores

HOJE É DIA 5 DE DEZEMBRO de 2009.

Dezenas de milhares de paulistanos e de moradores de vários Estados e cidades do Brasil encorpam a longa fila de compradores da rua 25 de Março e arredores.

Por que tantos se arriscam a comprar produtos sem garantia nem mesmo de que sejam originais, quando há 50 shoppings em São Paulo, sem contar lojas de rua?

A reposta é: impostos. Muitos impostos. Um absurdo de impostos. Uma derrama de impostos de fazer Tiradentes se revirar no túmulo.

Não seria mais inteligente cobrar menos impostos, e ampliar a quantidade de pessoas que os pagam? Sim, seria.

Não seria melhor reduzir a economia informal, cobrando impostos mais razoáveis? Sem dúvida. Então, por que continuamos a ser um dos países do mundo que mais massacram os contribuintes, e que mais reduzem o poder de compra de seus consumidores, amassando-os com tantos impostos, taxas e contribuições?

Porque políticos, em nosso país, são julgados pelo que constróem, pelo que inauguram, principalmente em anos eleitorais. Tratamento de esgotos? Não, isso não dá votos, porque fica enterrado sob as ruas e avenidas. Escola? Não, os eleitores votam em estradas, viadutos, centros esportivos, estações de metrô (que são importantes, obviamente). Mas não votam em controle de gastos, em redução de déficit, em impostos bem comportados.

Enquanto sofremos com os limites extrapolados do cheque especial, do rotativo dos cartões de crédito, nosso dinheiro passeia, pagando votos disfarçados de bondades. E nós nem reclamamos.

Como nós somos bonzinhos, não? Como nós deixamos que façam isso conosco? Perguntem aos políticos. Eles sabem, mas não vão contar para ninguém.*

  • E a imagem que ilustra o post veio do Portal Terra desta semana. Mais uma imagem absurda da guerra entre policiais e vendedores ambulantes (camelôs) da Rua 25 de março, na capital paulista.
  • Porque consumidores arriscam suas vidas para garantir as compras de Natal? Compras de "quinquilharias", diga-se, pois por lá não são vendidos artigos de primeira necessidade, como alimentos ou eletrodomésticos.
  • Ou, como bem escreveu José Simão, "o imposto no Brasil não é alto. NÓS É QUE SOMOS BAIXOS!"

* Maria Inês Dolcci, escreve sobre defesa do consumidor. Na Folha de São Paulo, em 05/12/09.

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