Há uma semana de comemorarmos o Dia das Crianças no Brasil, preciso voltar para a semana que passou - no domingo passado, 27/09, comemorou-se o Dia do Idoso. A data foi criada há dez anos, pela Comissão de Educação do Senado, em reconhecimento ao progressivo envelhecimento das populações brasileira e mundial. As comemorações se estenderam por toda a semana (Semana do Idoso) e durante estes dias, selecionei algumas informações pertinentes.
O Brasil se acostumou a ser chamado de nação de jovens e não se preparou para as mudanças na pirâmide etáriaQuais os desafios para os consumidores mais velhos? Os idosos têm alguns direitos diferenciados, como as filas preferenciais em bancos e o passe livre em ônibus e metrôs, mas nem sempre são bem tratados, o que é uma contradição: pessoas da terceira idade cada vez mais frequentam shoppings centers, cruzeiros de navios, saem para jantar fora, namoram, navegam na internet, fazem aplicações financeiras e cuidam da aparência. Não só, pesquisa da Anep - Associação Nacional das Empresas de Pesquisa de Mercado informa que os idosos são consumidores assíduos, que procuram por qualidade e costumam ser fiéis às marcas e lojas onde são bem atendidos. Essa fidelidade, inclusive, vai além do nome da loja, vinculando-se, muitas vezes, ao próprio vendedor.
Vender produtos para a terceira idade passou a ser um grande negócio
"O público da terceira idade é cada vez mais independente, possui mais qualidade de vida e, consequentemente, consome mais", afirma o mestre em marketing Luiz Eduardo Amaro. Segundo o consultor, hoje em dia os idosos contam com uma renda melhor que as gerações passadas, muitas vezes não dependendo exclusivamente de aposentadorias do governo. "Muitos deles ainda pertencem ao mercado de trabalho".
Amaro diz que o idoso é mais confiável no pagamento de suas contas. "Pessoas maduras são naturalmente mais responsáveis e mais atentas quanto à importância de manter seus pagamentos em dia e seu nome limpo no mercado".
Atendimento especializado
Além de experientes, os idosos são conhecidos por serem exigentes não só com os produtos que estão sendo vendidos, mas também com o atendimento prestado nas lojas. Atentos aos seus direitos como consumidores, nesta fase da vida não admitem mais enfrentar filas nos caixas ou ter a sua preferência no atendimento repassada a outros.
Um vendedor atencioso, paciente e que esteja disposto a conversar terá mais chances de obter êxito nas vendas, pois muitos se sentem solitários e procuram nas compras algum tipo de convívio social. Explicar detalhes do produto, por exemplo, também é fundamental. Muitas das novidades tecnológicas não são ainda de conhecimento do idoso, que pode não entender ainda novos tipos de solado que ajudam a evitar queda, costuras invisíveis que ajudam a não machucar, amortecedores para diminuir o impacto ao caminhar, tecnologias que evita odores e absorvem a transpiração, enfim... tudo vai muito além do que fazia parte do universo de consumo de tempos atrás. Não podemos esquecer que o ser humano é curioso por natureza, não importa a idade que tenha.
A estrutura física das lojas não pode ser menosprezada
As empresas que estão se preparando para atender este público, devem atentar às necessidades diferenciadas durante o processo de atendimento, mas também com a sua proteção, o que envolve a estruturação física da loja. São fatores importantes:
- boa iluminação;
- facilidade de acesso (rampas e elevadores ao invés de escadas);
- pisos antiderrapantes;
- bancos ou cadeiras não muito baixos, confortáveis, com encosto e braços;
- letras maiores no caso da necessidade de assinar algum documento;
- música ambiente que não atrapalhe a conversa nem interfira no entendimento das explicações sobre o produto e formas de pagamento;
- as eventuais deficiências de locomoção, auditiva e visual merecem atenção;
- atendimento médico de urgência em shoppings e lojas de grande afluência de público.
Mercado ávido por compras e por boas ofertas
20% dos consumidores com mais de 60 anos confessam que ir às compras é uma forma de lazer e 82% deles adoram uma promoção. Em geral, os idosos não estão dispostos a pagar mais, a não ser que isso signifique livrá- los de algum desconforto físico para conseguir preços melhores. Se tiverem condições físicas, os consumidores irão atrás de melhores preços, já que, na sua grande maioria, tem mais tempo para pesquisar e encaram esta tarefa com prazer, pois tendem a ver o momento de compra como um processo de relações pessoais.
Além disso, para este nicho de mercado, condições como comodidade, preço e condições competitivas são atrativos especialmente para aqueles que dependem da aposentadoria.
E a indústria está preparada para este "novo consumidor"?
Quantas marcas de moda voltam seus esforços para terceira idade? Nas prateleiras das lojas é vísivel a presença de um estereótipo equivocado sobre as preferências de consumo do idoso. O mercado se engana quando acredita que a senhorinha vai comprar para sempre aquele sapatinho sem salto, com bico arredondado, nas cores preto, bege e marrom... Os tempos mudaram e aquela avó que passa o dia tricotando e cozinhando quitutes reina sozinha - como personagem dos livros de Monteiro Lobato!
Hoje, os idosos fazem questão de ser e parecerem joviais - sem segregação. O produto "ideal para a terceira idade" não deve se diferenciar dos outros, mas também ser consumido por este nicho, observando-se as tendências, a boa utilização de materiais, o apuro técnico (com especial atenção ao conforto) e o cuidado estético.
Mais alguns dados relevantes: no Brasil, pessoas com mais de 60 anos consomem R$12,2 bilhões por mês.
- A expectativa é que, em 2025, 13 % da população brasileira seja de idosos, ultrapassando os 30 milhões de pessoas.
- Ou seja, seremos a sexta maior população idosa do mundo, conforme indica o Estatuto do Idoso.
- Há muitas outras ações que poderiam sugerir que respeitamos aqueles que nos deram a vida, os cuidados de saúde, a educação e os primeiros conhecimentos.
- Torço que não sejam só os números aqui apresentados a suscitarem este respeito.
* dados do Jornal Exclusivo On Line; Portal Terra; Maria Alice Rocha e Folha On Line. Imagens do Google Images. Para ler o que já publiquei sobre este tema, clique aqui.
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