quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Lavado no chuveiro

Moda verde. Ternos japoneses podem ser lavados em casa, sem uso de sabão e ferro de passar
Uma verdadeira revolução pode estar em via de acontecer no que se refere à conservação das roupas. Acaba de ser lançado no Japão um terno de lã que não requer lavagem a seco. Para os consumidores, parece ser um grande alívio no bolso e mais um ganho em mobilidade.
Explicando melhor, uma das fibras que mais necessita de cuidados na hora de lavar e passar é a lã. Por ter origem animal, ela se assemelha muito ao comportamento de algo comum no nosso cotidiano: os pelos e cabelos. Para bom observador, os cabelos esticam e encolhem à mudança de umidade no ar, ao tomarem chuva, ao serem lavados, secados, escovados, etc., sem mencionar o que ocorre quando da aplicação de produtos químicos ou de altas temperaturas, como a famosa chapinha japonesa. De maneira similar, a lã também deforma, o que até bem pouco tempo era motivo para se ler nas etiquetas de conservação a expressão "lavar a seco", ou seja, higienizar a peça utilizando produtos químicos ao invés da água.
Como não é viável a instalação de "lavadoras a seco" nas residências, os consumidores adeptos a roupas de lã acabam sendo clientes mais que assíduos das lavanderias. Isso tende a mudar num futuro próximo, devido ao lançamento de um tecido que mistura 83% de lã com 17% poliéster, desenvolvido na Austrália e que é bastante resistente à deformação em contato com a água.
Mas os australianos foram mais além: uniram-se ao grupo japonês Konaka, mais o renomado alfaiate inglês John Pearse e o designer japonês Kansai Yamamoto, para o desenvolvimento de uma parceria bem interessante: conceber um terno que possa ser lavado em ambiente doméstico e que não precise passar, sem esquecer, é claro, do caimento mais que perfeito dos elegantes homens e mulheres de negócio.
Portanto, após um dia de muitas atividades, as peças da coleção Shower Clean (limpo no chuveiro, em inglês) só precisa de um banho, como provavelmente também precisará o seu usuário. A diferença é que o terno não precisa sequer do sabão, ou seja, ainda ajuda a conservar o meio ambiente. Um jato de água quente pelo avesso é suficiente para eliminar o suor e odores acumulado no tecido, assim como outro jato pelo direito é capaz de retirar qualquer sujeira ou mancha!
Quase que num passe de mágica, o terno ensopado volta ao seu estado inicial, num intervalo de quatro horas pendurado num cabide. Para isso, a modelagem da peça inclui perfurações estratégicas para a passagem do ar entre o tecido externo e o forro, auxiliando a etapa de secagem. Para que não seja necessário passar a ferro, o terno, depois de pronto, é posto em uma forma que dá o caimento final das peças, inclusive os vincos. Para que as marcações de volume permaneçam após as lavagens, o tecido recebe um banho do aminoácido L-cysteine, naturalmente encontrado nos cabelos, unhas e pele. Um belo exemplo de biotecnologia têxtil com o uso da sofisticada lã Merino.
O produto está disponível desde fevereiro passado nas mais de 300 lojas Konaka no Japão, embora ainda sem data para seu lançamento em outros mercados. A versões masculina tem o preço aproximado de 50 mil ienes (cerca de 800 reais) e, da versão feminina, cada peça pode ser adquirida separadamente, ao preço de 20 mil ienes para o paletó e 10 mil ienes para a saia ou a calça (cerca de 300 reais e 150 reais, respectivamente).
Agora, resta saber se o maridón vai gostar de ver seu terno japonês pendurado no box junto com as calcinhas de madame...
* do Terra.

Cada uma!

Essa eu não posso deixar passar.
Uma amiga que acessa o canal GNT me mandou e-mail dizendo que estava assistindo a uma reprise do programa "Irritando Fernanda Young", onde a convidada era Adriane Galisteu. Papo vai, papo vem e Adriane resolveu contar uma, digamos, peraltice que costuma fazer. É que a apresentadora (que não apresenta nada no momento), coitada, tem um pé maior do que o outro. A diferença é tanta que cada pé calça um número, daí que algumas vezes ela é obrigada a levar dois pares do mesmo sapato. Então, o que a moça faz? Quando vai às compras nos Estados Unidos, ela pede para experimentar dezenas de pares, nos números que precisa e, quando a vendedora se distrai, Galisteu dá um jeito de juntar um pé de cada tamanho e separar como se fosse um par certo. Assim, ela compra um par só e calça bem os dois pés.Pois é, queridos, Adriane Galisteu não só manda essa, como tem a cara-de-pau de contar. E rir muito, depois. A entrevistadora ficou sem falar por um minuto e tascou um: "Adoro!" (sem comentários, Fernanda Young é irritante, mesmo!)
Deve ter um monte de lojista nos EUA com a foto dela (daquelas capturadas por câmeras de segurança) em um quadro de avisos com as palavras "Perigo, Ladra". Mas Adriane, que mesmo sem programa, ganha o suficiente para comprar tantos sapatos quanto precisar, acha graça disso. E arrematou: "Aqui no Brasil eu não faço, né?! Todo mundo me conhece...".

É Adriane, aqui a gente te conhece - cada vez mais!

Daí que fui checar a notícia (é verdadeira, sim!) que saiu em vários lugares na web e pimba! Descobri que tem mais "gente ilustre" que faz isso. Copiei o textinho abaixo, assim como foi escrito em um blog: "O Piquet também faz isso! Não é só ela não! O Nelson Piquet (o pai), também já revelou que faz isso, desde que sofreu um acidente na fórmula Indy e foi submetido a uma delicada cirurgia em que quase perdeu o pé, ele acabou ficando com um pé menor do que o outro." Pronto! Fiquei sem palavras... Servem essas? ¨*?¨&*#!!!

* li no blog Salto Agulha, da jornalista do O Dia, Cláudia Cecília.

O trauma do provador

A cena já é um clássico do repertório feminino. Diante de uma decepção amorosa, uma crise no trabalho, um ataque de baixa auto-estima, ou simplesmente aquele desejo de adquirir algo novo, a moça se dirige ao primeiro shopping que vê pela frente e aplaca suas dores e vontades dentro de uma loja de sapatos.
Comprar calçados funciona como um bálsamo para muitas mulheres. Vários pares deles. Porque, para algumas, o difícil é fechar a comporta do consumo desenfreado que é aberta diante de uma infinidade de modelos.
Mas por que as mulheres preferem enfeitar os pés a adquirir novas peças de roupa? A resposta é simples: porque os calçados não as traem. Quase sempre servem, caem bem, não mudam a numeração. Não são volúveis como as calças jeans, por exemplo, que podem saltar de 38 para 40 depois de um inofensivo fim de semana de excessos gastronômicos. “O sapato não te julga. Naõ olha para sua cara e diz que você está gorda, que não serve para nada”, diz Amalia Sina, presidente da Sina Cosméticos. “Você compra e volta para casa com aquela deliciosa sensação de bem-estar, de que está tudo bem”, completa. E não precisa passar pelo trauma de enfrentar o provador.

FETICHE Débora e sua coleção de cerca de 100 pares: paixão por calçados!

O sapato é item de necessidade básica também para a atriz e locutora Débora Campos Salles. “Se tenho algum dinheiro para gastar, compro calçado”, assume a feliz proprietária de cerca de 100 pares, que se recusa a comprar roupas quando está acima do peso. “Só entro num provador quando estou em forma”, comenta a atriz, agora na fase dos modelos de verniz e bico arredondado. Débora acaba de voltar da Itália, onde procurou, durante 20 dias e obstinadamente, o par de botas perfeito. Só o encontrou horas antes de voltar ao Brasil. “Tive de abrir as malas em cima da hora, elas não cabiam de jeito nenhum, foi um desespero.” Mas valeu a pena, garante. O professor de psicologia aplicada ao consumo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Mário René, diz que a obsessão feminina por sapatos é um fenômeno recente, fruto da era de consumo atual, que acelera e estimula toda compra de bens. Mas lembra que eles são objeto de luxo e desejo há muito tempo. “No século XVII, por exemplo, um dos indicadores de nobreza era o formato dos pés, que tinha de ser pequeno e delicado”, lembra. “Vide o conto da Cinderela: a moça só podia se casar com o príncipe se seus pés entrassem no minúsculo modelo de cristal.” Distante das tradições seculares, a professora Sandra Harabagi, do Laboratório de Criação e Estilo da Universidade Anhembi Morumbi, aprecia o design. “Se gosto muito de um par, uso até certo ponto, para não estragar, e guardo na minha coleção”, conta. Sandra também abre mão de qualquer peça de vestimenta por um bom exemplar para seus pés. “É muito mais fácil um calçado cair bem do que uma roupa”, conclui.

* matéria publicada na revista Isto É, em 05/04/08.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Frase

"Existe uma crise no crédito e não uma crise criativa. Claro que todos estão sendo mais cautelosos na hora de comprar. Eu estou. Mas nosso trabalho é fazer as pessoas sonhar. E fazer com que o valor esteja na qualidade, corte e imaginacão.” John Galliano, criador da Dior , no ínicio da temporada de Haute Couture francesa, primavera/verão, 2009.
* foto, blog Petiscos

Uma Thurman - compulsiva por roupas

A protagonista de Kill Bill, Uma Thurman, confessou que comprar roupas novas é terapêutico para ela, já que ajuda a superar a pressão do trabalho, mas que começa a se tornar uma compulsão.
"Compro todo o tempo e de tudo. A roupa expressa o modo em que me sinto em cada momento, e atravesso diferentes fases ao longo do ano, do mês, da semana, e até mesmo do dia" – admite a atriz, de 38 anos, acrescentando
"Sinto-me como uma adolescente em uma loja. Acredito que meu entusiasmo pela moda só vá decrescer com os anos".
* Uma Thurman é conhecida por protagonizar filmes de Quentin Tarantino, como Dangerous Liaisons, Pulp Fiction, Gattaca e Kill Bill e já recebeu um Globo de Ouro e indicações ao Oscar. Texto do Jornal O Dia.

Varejo para pés grandes

Casa Eurico explora o nicho há 70 anos
Não foi por acaso que em 1938 a Casa Eurico, tradicional loja de calçados de São Paulo, se diferenciou das demais ao trabalhar apenas com modelos específicos para o público com pés grandes.
Fundada pelo casal alemão Erich e Leonie Rosenthal, no bairro de Moema, onde existe uma unidade até hoje. Para atender a vizinhança, a maioria estrangeiros, mantinha no estoque calçados de números maiores que a média brasileira. Vendo um forte potencial de vendas nesse mercado, a partir dos anos 70, a decisão de trabalhar apenas com o nicho foi tomada.
Atualmente, a cada temporada, são oferecidos cerca de 300 modelos para as mulheres, com numeração entre 40 ao 43, e 180 para os homens com numeração que vai do 44 ao 48. Ainda são oferecidos meias e cintos, também em tamanhos especiais para este público.
Segundo levantamento feito em 2001 pelo Departamento de Traumatologia da Faculdade Medicina da Universidade de São Paulo (USP), há 20 anos o brasileiro calçava entre 38 e 40, atualmente a média varia entre 40 e 42. “Os sapatos femininos que mais vendiam estavam entre os números 40 e 41 e passaram para 41 e 42. Entre os masculinos, mudou do 45 e 46 para o 46 e 47. Além dos adolescentes, que nos últimos dez anos têm consumido mais pares de tamanhos grandes”, comprova Claudia Rosenthal, proprietária da loja.
A Casa Eurico tem uma sede em Moema, uma filial localizada na Oscar Freire, e uma loja virtual.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Frase

"Em Deus nós confiamos, o resto tem que pagar à vista", cartaz pendurado atrás do caixa de loja evangélica. José Simão, cronista, na Folha de São Paulo.
Jesus Luz, modelo que, dizem, teve um affair com Madonna durante sua ultima turnê no Brasil - "tudo posso naquele que me fortalece". * foto feita na primeira fila do desfile da Colcci, no São Paulo Fashion Week de janeiro, 2009.

Bolsa de baciada!

Em tempos de recessão, é só esperar um pouco para vermos situações impressionantes nas lojas mundo afora.
A Tokidoki de Nova York iniciou uma mega liquidação e está vendendo de baciada – literalmente – as bolsas da Tokidoki em parceria com a LeSportsac, aquelas com os personagenzinhos cartoon do ilustrador italiano Simone Legno (bem fofos, tipo toy art).
Tudo com 60% a 80% de desconto…também, com essa quantidade de peças estocada... um verdadeiro encalhe!
* texto e foto extraídos do Blog LP, em 26/01/09.

"Sim! Nós estamos desesperados"

Os sinais da crise financeira mundial estão por toda a parte na Inglaterra.
O Reino Unido entrou em recessão pela primeira vez desde 1991, depois que a economia do país registrou forte desaceleração nos últimos dois trimestres de 2008, arrastada pela crise financeira global.
* foto e dados da Folha Online, de 23/01/09.

Frase

"Um par de sapatos novos não traz felicidade... Mas ajuda". Paola Jacobbi, jornalista e escritora.
* no livro Eu quero aquele sapato!

Vender sem publicidade? A Zara consegue

Vitrine da loja no Morumbi Shopping, São Paulo
Provavelmente, um dos grandes trunfos da ZARA, nome fantasia do conglomerado de varejo espanhol Inditex, tenha sido tornar-se famosa sem ter que recorrer à publicidade. A ZARA não faz anúncios.
Todo seu marketing está nas próprias lojas. Por isso, sempre se instala nos melhores lugares, situados estrategicamente nas ruas ou centros mais comerciais como a Regent Street em Londres, Rue Rivoli em Paris, Fifth Avenue em Nova York e Avenida das Américas no Rio de Janeiro.
Os clientes da ZARA visitam as vitrines e prateleiras dezessete vezes ao ano em média, em contraste às quatro visitas feitas à concorrência. É por isso que suas vitrines, renovadas a cada duas semanas, são grandes e chamativas, mostrando as mercadorias como se fossem estrelas.
Tudo é estudado, nos mínimos detalhes. A decoração da loja, as vitrines, os funcionários. Nada é deixado ao acaso.
Apesar disso, em ocasiões concretas foram feitas campanhas publicitárias. Para ingressar no mercado italiano a ZARA fez publicidade. Mas logo se viu que ela não teria feito falta alguma. A ZARA acredita que os consumidores, especialmente as mulheres, são fiéis apenas às marcas de luxo mas não às medianas. Por isso, que sentido faz investir na marca? É melhor investir no negócio.
* texto extraído do Mundo das Marcas. Fotos: Chic e Mundo das Marcas.

Consultor de moda ou balconista?

Foi-se o tempo em que vendedor era bico ou alternativa para os que não tinham formação universitária ou ocupações mais nobres.
O trabalho de vendedor exige talento especial e quem pretende trabalhar no ramo da moda precisa ter requisitos como um bom senso de observação, cultura contemporânea, conhecimento da história da roupa, mentalidade aberta às múltiplas realidades da vida, conhecimento de cores, tecidos, entretelas, aviamentos e equilíbrio para saber a diferença entre o comercial e o marketing, sem perder o sonho que embala a moda.
É importante entender a nobreza dos tecidos e dos acabamentos. Saber para convencer o cliente, por exemplo, que lã fria não é para ser usada no inverno e microfibra não é apenas mais um sintético.
Candidatos a vendedores necessitam ter facilidade de comunicação, estar antenado com as tendências mundiais e ter um certo conhecimento de inglês e francês para falar os estrangeirismos que a moda exige. Revistas importadas, programas de TV e jornais abastecem novos conhecimentos, mas não tente ser uma enciclopédia. O conhecimento da moda é apenas para melhorar a performance, sem humilhar ou constranger o consumidor. Se alguém vai comprar uma televisão é natural que conheça os procedimentos básicos, mas o bom vendedor vai mostrar como tirar proveito do que o produto tem a mais e talvez até vender um DVD e amplificadores para um home theatre.O vendedor de moda, igualmente, deve buscar argumentos e alternativas de uso para o que vende. Se for convincente, acrescenta em acessórios, faturando em comissão, confiabilidade e em clientes fiéis.
Informação é o segredo neste negócio. Desde o que pode virar moda, o processo de fabricação de um produto até a maneira certa de se maquiar e pentear para atender em uma loja. Neste mercado, a boa aparência vale tanto quanto a experiência.Não significa que o trabalho exija só beldades. Boa aparência se consegue com tratamento visual. Não é necessário uma estética perfeita, mas tem que ter brilho e personalidade. Cabelos presos, maquiagem discreta e obrigatória, unhas limpas, sem cores berrantes ou "ceninhas", bijuterias que não chamam a atenção e roupas que tenham a ver com o espírito da loja colaboram para um visual adequado em qualquer setor.
Vender moda vai sempre além do ato comercial. Muitos vendedores servem de consultores para os clientes e muitos se tornam amigos e confidentes.
A formação ideal são os cursos de venda, as faculdades e cursos de Moda e os estágios em lojas para aprender a engrenagem do comércio do vestuário.
* texto publicado em 2003, no jornal O Diário Catarinense. Foto: site EP.

"Olhando? Temos vários modelos na vitrine... ali fora"

Esta crônica do escritor Maicon Tenfen, publicada no Jornal de Santa Catarina é genial!
O pior é que já presenciei respostas iguais a dada à Tia Giovana em muitos estabelecimentos fora de Blumenau (inclusive nos nossos!).
Vejam se não é assim mesmo: Muitas pessoas reclamam do comércio de Blumenau. No começo eu imaginava que o problema era apenas comigo. Acreditava que os vendedores me ignoravam quando eu entrava numa loja - ou ficavam de prontidão, sisudos, como se temessem um furto ou mesmo um assalto - por causa da minha insofismável cara de fome. É compreensível, eu pensava. O que esperar de um sujeito carrancudo, mal vestido e ainda por cima com modos e sotaque de camponês? Talvez tenham menos preconceito no outro lado da rua. Com o tempo, porém, fui percebendo que eu não era o único consumidor marginalizado da cidade. Tenho um amigo que entrou numa loja de brinquedos e levou 15 minutos para ser atendido. Ou melhor, não levou, porque no décimo quarto ele desistiu e foi embora. Detalhe: segundo consta, havia cinco funcionárias batendo papo atrás do balcão. Eis uma façanha dupla e digna de nota: de um lado o descaso com o dinheirinho do cliente (e do dono da loja, ai, ai, ai!) e de outro uma paciência capaz de envergonhar o mais digno devoto de Jó.Também minha Tia Giovana, coitada, passou por uma dura experiência no dia em que resolveu comprar um terno para o meu Tio Frederico (ela também deve ter cara de fome, um mal de família). Como entrou na loja e ninguém se apresentou para atendê-la, tomou a liberdade de manusear certas peças do mostruário. De repente: Algum problema, minha senhora? Nenhum. Só estou olhando uns ternos para meu marido... Olhando? Temos vários modelos expostos na vitrine. Se a senhora for ali fora, poderá vê-los mais à vontade. Quando a tia me contou essa história, perguntei se havia tomado alguma atitude condizente com as circunstâncias - escândalo ou assassinato, por exemplo. Ela respondeu que não. Contentou-se em dar meia-volta e sair para procurar o terno do Tio Frederico em outro lugar. A senhora tem toda razão, tia. Pra que perder tempo discutindo? Se não querem os nossos trocados em uma loja, é possível que queiram em outra, não é verdade? Nem tanto. Houve uma época em que decidi jamais voltar a qualquer estabelecimento que tivesse me esnobado, desprezado, destratado ou humilhado. Achava que não havia para onde fugir. Mas agora há. É uma loja fantástica, chamada Internet.
* Maicon Tenfen é escritor. Extraído do Jornal de Santa Catarina, de 10/12/07.

Aula de varejo com a ZARA

A abordagem tradicional de especialistas em consumo levam as empresas a buscarem a fidelização e lealdade do consumidor. Porém fatores como a racionalização, o aumento de informação, a diversidade de momentos de compras e as mudanças de hábitos e estilos de vida acarretam mudanças profundas no comportamento de compras. A Inditex, industria de desenho têxtil espanhola, detentora da rede Zara, uma das maiores rede de lojas de produto fashion do mundo e exemplo de comércio de varejo, adotou um eficiente método de fidelização: a velocidade. O desenvolvimento de produto da marca vem da necessidade do ponto de venda, diz a gerente de produto da Zara para América do Sul, Regiane Machado. “Nós desenhamos, produzimos e vendemos o produto.” Obrigatoriamente os gerentes de cada loja da empresa fazem pedidos duas vezes por semana. As solicitações são enviadas diretamente para a matriz em La Coruña, na Espanha, onde analistas decidem se vão atender exatamente o que o gerente pediu. “Não se pode estocar produtos. Por isso as solicitações são estudadas para que não sejam enviadas peças demais para a mesma loja e acabe sobrando.” Depois de analisados os pedidos são despachados de avião para o Brasil. Apesar do grande custo do transporte aéreo, Regiane diz que vale a pena. “Como a quantidade é muito grande compensa. E também ganhamos na credibilidade do cliente, que sabe que duas vezes por semana há novidades nas prateleiras.
Ela conta que nos dias em que chegam os novos produtos há um aumento de vendas nas lojas. “O consumidor sabe que na quarta e na sexta chegam mercadorias e são os dias mais movimentados.” O sistema de reposição na demora mais do que duas semanas, enquanto em outras empresas pode levar até seis meses. Já a criação de novas peças dura apenas seis semanas até estar no ponto de venda. Essa estratégia de evitar estocar peças foi muito importante para o posicionamento damarca. “O consumidor sabe que se não comprar naquele momento, na semana que vem não tem mais”, diz Regiane.
A gerente de produto diz que as lojas tem um capital de giro muito grande. Isso devido aos produtos considerados básicos, como camisetas e jeans. “Não ganhamos com a blusa de R$39. Mas o volume que ela gera é tão grande que compensa. Além disso, ela atrai muita gente para dentro da loja, que além da blusa também compram o casaco de R$ 300.”
E para atrair o consumidor a Zara usa estratégias de Visual Merchandising. “São as mais básicas, mas funcionam muito bem”, diz Regiane. Na vitrine são expostos os produtos fashion, que atraem o cliente. Logo na entrada estão as peças da linha Woman, roupas femininas sofisticadas. No meio, o básico. E no fundo, o jeans e a linha jovem.

Frase

"Ostentar é cafona. Hoje, as pessoas não compram as coisas para se mostrar aos outros". Natalie Klein, lojista NK Store e Marc Jacobs, na Revista Veja São Paulo.
  • Sabia que esse cara da foto faz parte da "tribo dos gutchos", uma turma que gosta mais de dinheiro do que de gente? Quer saber como identificá-los e evitar a desagradável experiência de cruzar com um? No blog da Sarah tem tudo sobre os gutchos e você ainda ganha um montão de risadas de brinde!
* foto: flagrante na orla de Balneário Camboriú/SC, verão 2009. Fotógrafo: Ray.

Inovar para vender mais

Promoções não podem ser o único atrativo do varejo
Estacionamento privativo para clientes, logotipo diferenciado, ponto de venda atraente aos olhos e, principalmente, aos bolsos. Essas, entre várias outras idéias, podem fazer a diferença na hora de atrair e fidelizar clientes. Para o consultor Ricardo Jordão Magalhães, presidente da Bizrevolution (São Paulo/SP), a grande questão que gira em torno de um comércio bem-sucedido é o lojista entender que não está no negócio somente de compra e venda de produtos, mas de gerenciamento de comunidades. “A grande maioria das lojas continua fazendo o trabalho de bazar que é feito há mais de 5 mil anos. Comprar produtos, colocar em prateleiras, atender o cliente, embrulhar e começar tudo de novo. Isso é muito pouco para um varejista fazer”, afirma. Segundo ele, o varejo precisa conhecer de verdade seus clientes, sugerir produtos para os fabricantes, apontar tendências, educar o cliente e ensiná-lo a viver melhor. “É terrível entrar em uma loja onde já se é cliente e não ser reconhecido pelo vendedor, não receber um tratamento diferenciado”, frisa. Para o consultor, as idéias positivas que podem fazer a diferença neste mercado tão competitivo, vão desde apontar tendências para os fornecedores da loja, até manter um contato proativo com os clientes e segmentar a atuação da loja ao invés de vender apenas o genérico. “O lojista deve ir para lugares onde ninguém tem loja, se envolver com a internet e tecnologia, capacitar seus vendedores, treiná-los e reconhecê-los. Mostrar que eles têm uma profissão e não apenas uma colocação”, destaca. Diferenciais que cativam o consumidor

Estratégia certeira: espaço reservado para a criançada colorir e brincar.

Para o diretor de marketing da Oxxigênio - Marketing de Varejo - Sérgio Santos (Curitiba/ PR), as lojas, em geral, possuem uma infinidade de variáveis que, com dedicação, permitem que a criatividade ocorra naturalmente reduzindo custos e/ou ampliando vendas e margem de lucros. “Estas variáveis estão em aspectos como na disposição dos produtos; uniforme dos vendedores; na forma de atendimento (como nos restaurantes que promovem curtas peças de teatro com os garçons); na fachada da loja, bem como em toda sua comunicação visual; no aroma; no som ambiente; no clima de alegria; na pós-venda e muitos outros”, cita. Para Ricardo Jordão Magalhães, o defeito do comércio está ligado a falta de criatividade. “O varejo que não é criativo sobrevive na base do preço baixo. Mas o tempo está acabando, o cliente está cada dia mais exigente”, comenta. Atitudes simples como a de utilizar o telefone e e-mail como forma de fidelização de clientes podem fazer com que a loja se destaque em meio as demais do ramo. “É super difícil você encontrar um único vendedor no varejo que tenha a atitude de ligar para os clientes, que já compraram dele no passado para oferecer alguma coisa”, completa o consultor. * texto extraído do site Exclusivo.

Roupa para vender nas Casas Bahia?

Viagens de primeira classe? Cachorrinho na bolsa? Quando se trata da empresária Natalie Klein, herdeira das Casas Bahia, nenhum dos lugares-comuns sobre moças ricas se aplica. Exigente e determinada, a paulistana de 33 anos construiu seu próprio reinado fashion. Fora dos círculos de moda e de leitores atentos de coluna social, pouca gente sabe quem é e que cara tem a neta do fundador das Casas Bahia, rede de varejo que faturou 13,7 bilhões de reais em 2008. Esse jeito discreto, além, é claro, dos recursos familiares, ajudou-a a construir seu próprio patrimônio, a NK Store. As roupas que saltam aos olhos sem chamar atenção demais, exceto nos preços, colocaram a butique de luxo inaugurada por ela há doze anos no topo da lista de preferências das meninas e senhoras muito ricas de São Paulo. As clientes vão à loja da Rua Sarandi (que também tem entrada pela Haddock Lobo) até três vezes por semana - há 15.000 delas cadastradas. Gastam, em média, 2.500 reais em cada visitinha dessas.
Deborah Secco, Natalie Klein e Julia Petit, na nova Marc Jacobs.
Seja ao falar das lojas, de uma sandália Givenchy ou de seus vinte cavalos, Natalie Klein não demonstra vestígio da imagem habitual das herdeiras. Naturalmente, teve tudo de melhor ao longo da vida, como qualquer nascida em berço de ouro. Sua afetação parece inversamente proporcional à fortuna. Nas viagens internacionais, quando não dá para pegar carona num dos aviões da família, nem cogita comprar bilhete para a primeira classe. "Fico confortável na executiva, pois sou pequenininha", explica ela, nos seus 1,61 de altura. "Até uns dez anos atrás, minha família viajava de econômica", diz. E se por acaso você tem impressão de, certa feita, tê-la visto num vagão de metrô em Londres ou Nova York, saiba que provavelmente era ela, sim. "Se estamos no exterior a trabalho, usamos transporte coletivo sem drama", afirma a empresária. Quando abriu a NK, em 1997, aturou muito patrulhamento pelo fato de ser neta de quem é. "Achavam que eu era só mais uma menina querendo brincar de lojinha", lembra. Determinada, trancou o curso de arquitetura no último ano para dedicar-se ao negócio. Sim, o capital inicial veio do pai, Michael Klein, que investiu o equivalente a 1 milhão de dólares na empreitada, mas ela botou a mão na massa sozinha. "Decidi não me envolver na empresa da minha família, por isso não admitia a possibilidade de não dar certo", diz. Vendia, no início, além das peças de sua própria marca, cinco grifes internacionais (hoje são catorze, entre elas Stella McCartney, Missoni e Lanvin), em cujas portas foi bater munida somente de lábia, figurinos fantásticos e, vá lá, da confiança que só tem quem dispõe de um belo extrato bancário. "Natalie conhece muito bem suas clientes, que possuem perfil semelhante ao dela", afirma a expert em moda Gloria Kalil. "Isso explica todo o seu sucesso." Quando começa a contar histórias de sua menina dos olhos, Michael Klein, seu tutor no mundo empresarial e sócio, fica emocionado de orgulho. "Hoje as pessoas a procuram por causa de seu brilho próprio, não por ser herdeira da Casa Bahia", afirma. Pai e filha planejam, um dia, montar uma linha de roupas populares para vender nas lojas da rede de varejo. "Se ela quiser vir, mando instalar um escritório na hora", diz. O atual namorado da empresária, o estilista da Forum e empresário Tufi Duek, 54 anos, também se rende ao talento da moça: "Natalie é uma mulher muito inteligente e conseguiu criar uma loja parecida com ela: discreta, moderna e cool". E ela completa: "Estou numa fase muito feliz, tanto pessoal quanto profissional", voltando a falar do que realmente gosta: bons negócios. "Quero, daqui a dez anos, continuar a ter nas mãos as grifes mais legais do mundo. Meu sonho é ser na moda o que meu pai é no varejo." O que é que a NK tem? Do total de vendas da NK Store, 80% são da marca própria ou de sua segunda linha, a Talie. O restante é dividido por três grifes brasileiras e outras catorze internacionais - essas últimas, como na concorrente Daslu, costumam ter preços mais altos que as etiquetas nacionais devido às taxas de importação e ao câmbio. Combinar com maestria diferentes elementos de todas elas é o ingrediente fundamental da receita de moda de Natalie Klein. * texto extraído da Revista Veja São Paulo, 21/01/09. Foto: Petiscos.

Coming soon

Vendo as fotos da inauguração da loja Marc Jacobs no Brasil, resolvi arriscar algumas previsões. "Mãe Luciene" anuncia: as bolsas mais cobiçadas deste inverno - e as mais copiadas pelos fabricantes brasileiros na próxima estação serão estas aqui: Respectivamente: Marc Jacobs, Gucci e Burberry - apresentando sua nova estampa de xadrez: maior e angulado, nas cores preto, branco e cinza. Em breve na 25 de Março ou na loja mais próxima...

Marc Jacobs, São Paulo

A mais recente empreitada da empresária de varejo de moda, Natalie Klein (foto), herdeira das lojas Casas Bahia e proprietária da NK Store - a primeira loja da grife Marc Jacobs no Brasil - foi inaugurada na última quinta (22/01).
O local escolhido para abrigar os dois andares com as marcas Marc Jacobs e Marc by Marc Jacobs - a segunda marca do estilista (que também dirige o estilo da Louis Vuitton), foi a badalada Rua Haddock Lobo, bem ao lado da NK Store.
Separei algumas fotos das instalações - boa oportunidade para nos inspirarmos para nossos próprios negócios - ou, para os que não são lojistas, de aguçar o desejo pelas peças estreladas da grife.
A arquitetura da loja segue o estilo da NK - contemporânea , com muito vidro e muito iluminada. Aliás, nos dois andares, existe comunicação entre as lojas NK e Marc Jacobs.

As araras e prateleiras estão recheadas de vestidos fluidos, de cores e estampas discretas e elegantes. E claro, muitas bolsas, que são o carro chefe da marca no Brasil.

A Marc Jacobs paulistana fica na Haddock Lobo com a Sarandi (Rua Haddock Lobo, 1594).

* fotos extraídas do Petiscos e Wish Report

domingo, 25 de janeiro de 2009

Os sapatos verdes de Michelle O.

Michelle Obama tem 45 anos, é alta e tem muita personalidade. É também advogada e, como acabo de descobrir, mestre em semiótica, o que explica toda expertise no uso da imagem, moda e cores. Sua escolha de acessórios na cerimônia de posse – sapatos e luvas, em diferentes tons de verde, realmente, foram o que mais me impressionaram, de forma poNegritositiva. Mas, se me fosse permitida a posibilidade de auxiliá-la na escolha dos sapatos para esta ocasião, certamente não sugeriria um modelo assim tão clássico, tão liso, tão... inexpressivo. Além do mais, tendo a primeira dama 1,82m, o uso de bicos e saltos finos só reforçam sua grande estrutura, fazendo-a parecer pesada. Minhas escolhas teriam shapes e saltos mais atuais, de preferência quadrados, mas ainda confortáveis e condizentes com a ocasião e com a personalidade da primeira-dama. Modelos como os abaixo, sendo a cor principal no mesmo verde dos originalmente usados por Michelle:
Ainda assim, louvo a escolha das cores dos acessórios (sapatos, luvas e carteiras) em tons diferentes entre si. Vejo-os como um sopro de frescor. Um sinal claro de jovialidade e contestação aos padrões tradicionais que pedem looks “combinadinhos”. Já é tempo das mulheres libertarem-se da escravidão limitante de sapatos e bolsas de mesma cor e material e nos tons do traje. Imaginem se a primeira dama resolvesse entrar para a história com o mesmo tubinho e sobretudo amarelos, mais scarpins amarelinhos ou prateados e luvas e carteiras, tudo no mesmíssimo tom... Que tal? Desejo fortemente, que minhas clientes absorvam a lição de Michelle. Em tempo: os sapatos verdes de Michelle O. são da casa inglesa Jimmy Choo, a carteira Isabel Toledo e as luvas, J. Crew.

Cores Unidas da América!

Não há como negar: o casal Obama é fashion! Na cerimônia de posse, no último dia 20 de janeiro, o mundo inteiro parou para prestar atenção na família Obama. E claro, no que eles estavam vestindo. Michelle foi de vestido e sobretudo do mesmo tecido, um brocado com fios metalizados, em tom de amarelo da estilista Isabel Toledo, de ascendência cubana. Entre o vestido e o casaco, podíamos perceber a presença de uma pashmina no mesmo tom do conjunto, sabiamente costurada no forro do casaco, sem atrapalhar os movimentos da primeira dama. O colar de pedras, de Tom Binns (o mago das bijoux), estava rente ao pescoço, como um detalhe da gola. Barack Obama estava de terno escuro, sobretudo e gravata vermelha – condizente com sua personalidade dinâmica e de grande líder que é. Os sapatos pretos clássicos, de amarrar e solado grosso (de borracha? seria uma quebra no protocolo que pede solado em couro para ocasiões formais como esta, mas um apelo ao conforto e à funcionalidade, afinal, solas de couro são fatais no inverno do hemisfério norte).

Já as meninas Malia e Sasha, destacaram-se pelo uso de cores fortes e alegres (mais dinamismo, jovialidade e alegria): a primeira em azul, cor do partido republicano do pai e a segunda em uma feliz combinação de rosa, vermelho e laranja. Integração, harmonia e respeito à diversidade parecem ser mesmo as palavras chaves do governo Obama! O vestido do baile de gala da posse mostra que ela gosta mesmo de mandar recados pelas roupas. O vestido é de um jovem estilista, de 26 anos, Jason Wu, que nasceu em Taiwan. É como se Michelle valorizasse a juventude - que elegeu Obama - e a diversidade cultural do país. Mesmo com todas as críticas à escolha deste último vestido - por ser excessivamente jovial, algo como uma noiva com saudades de seu baile de debutantes – ainda assim continuo aprovando o modelo.

Primeiro pela cor – mais uma mensagem sobre as intenções do casal Obama: branco é a junção de todas as cores e representa o que o mundo espera dos Estados Unidos: paz! Segundo pelo fato de ela ter pisado na barra da saia e tropeçado algumas vezes durante a dança: Michelle pode ocupar o lugar de maior poder no mundo de hoje, mas continua se parecendo como o restante de nós.

* não pensem que deixei os sapatos verdes... No próximo post, um texto inteirinho dedicado aos acessórios de Michelle Obama!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Consumo não é palavrão!

O consumidor brasileiro está aprendendo a se proteger dos dissabores provocados por dívidas impagáveis.
Segundo pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), 60% dos consultados usaram o 13º salário para pagar dívidas.
Louvamos tal atitude, porque os juros do cartão de crédito, do cheque especial e até de outras formas de empréstimo são impagáveis.
Mas, talvez na contramão do que sugerem economistas e outros especialistas, permitam-me concordar, em parte, com o presidente Lula. Não podemos simplesmente, por medo, renunciar totalmente ao consumo. Se todos fizermos isso, ele tem razão, haverá queda de vendas no comércio, que comprará menos da indústria. Que utilizará menos matérias-primas. E todos, inclusive a área de serviços, reduzirão empregos e achatarão salários.
Isso não significa que você, caro leitor ou leitora, deva sair correndo para torrar suas economias. Jamais sugeriria isso. Se você estiver muito endividado, renegocie os débitos e pague o máximo que puder.
Eu me dirijo àqueles que estão empregados, têm bons salários e, por felicidade, não têm o desemprego como ameaça premente: façam pesquisa de preços, comparem ofertas e condições das lojas e comprem racionalmente, mas consumam.
O que não podemos é inflar artificialmente a crise econômica, por medo do futuro. O ano de 2009 será péssimo se o consumo cair em alta velocidade. Não há mágica: em uma sociedade capitalista, só se produz (e, conseqüentemente, se investe, contrata, paga impostos) se houver demanda.
Pode parecer estranho uma profissional da defesa do consumidor argumentar em favor do consumo. Escrevo isso sem peso na consciência, pois também propugno que as empresas adiem, ao máximo, demissões. E que segurem, também pelo maior prazo possível, o repasse do aumento de custos decorrente da valorização do dólar frente ao real.
Nos momentos de crise, o pânico e as ações intempestivas costumam trazer muito mais sofrimento do que o necessário.
Os governos dos países ricos e dos emergentes, como o Brasil, mal ou bem, tentam, nos últimos meses, atacar os focos de recessão econômica. Sem entrar no mérito de suas culpas pregressas pelo caos que se avizinha, cabe a nós colocar os pés no chão, e não intensificar a queda na atividade econômica.
É o que podemos fazer: gastar bem, com parcimônia e bom senso, a renda de que dispomos para o consumo. Reduzir o endividamento, trocar uma viagem ao exterior por um passeio nas praias do Nordeste. Comprar produtos fabricados no Brasil, que geram empregos aqui. Boicotar empresas que abusam dos preços, dos juros e das demissões de seus colaboradores.
Pensem bem nisso.
* Maria Inês Dolci escreve na Folha de São Paulo sobre Defesa do Consumidor

Havaianas inaugura loja de 10 milhões de reais na Oscar Freire

Símbolo do Brasil aqui e no exterior, a marca de sandálias Havaianas inaugurou em janeiro de 2009 sua primeira loja-conceito no mundo, localizada na rua Oscar Freire, em São Paulo.
Batizada de Espaço Havaianas, a loja tem 300m2 e projeto arquitetônico de Isay Weinfeld (nota da blogueira: é dele também o projeto premiado da Clube Chocolate, na mesma Oscar Freire), conta com a linha completa de 350 chinelos, além de modelos exclusivos para exportação e a recém-lançada coleção de bolsas, toalhas, chaveiros, pins e meias.
Materiais que valorizam a cultura brasileira estão por todos os lados, e no teto, um mosaico de clarabóias que deixa a luz solar entrar no ambiente, tem aberturas nas laterais para que a água da chuva irrigue as palmeiras e pitangueiras que fazem parte da decoração. Os bancos, de tronco de madeira pequiá e o piso de pedra goiás tornam o ambiente bem despojado.
O lado high-tech da butique fica por conta de um cubo formado por 51 telas de 42 polegadas cada uma, no qual são exibidos vídeos e animações sobre as sandálias. "A ideia é interagir com o imaginário das pessoas", diz o curador das projeções Marcello Dantas, também diretor do Museu da Língua Portuguesa. O sistema de luz, som (há setenta caixas acústicas escondidas no jardim e nas prateleiras) e vídeo é acionado por uma rede de sessenta computadores.
Com 12 metros, a fachada horizontal integra a Oscar Freire a um platô que permite uma visão panorâmica do Espaço Havaianas, e ao descer a escadaria que dá acesso à loja, é possível visualizar ao fundo um paredão de sandálias em cores vibrantes.
No centro da loja, está o espaço “Barraca de Feira”, que homenageia a origem popular da marca, expondo os modelos mais tradicionais como se fossem frutas da estação.
Todos os modelos exclusivos para exportação são encontrados em um contêiner, como os utilizados nos navios cargueiros, e um espaço para customização é um dos mais atrativos.
Um cilindro exibe a coleção de bolsas Havaianas e uma árvore de ipê, reforça o compromisso da marca com o meio-ambiente. Neste local, as peças criadas em parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) são expostas junto a uma árvore de Ipê e 7% da receita deste produto é destinado às pesquisas do instituto.
Por fim, as sandálias para os pequenos estão expostas em um display em formato de quebra-cabeça.
Um espaço "sensorial"
Entre os principais diferenciais do espaço, a possibilidade de ter a experiência sensorial de prazeres simples, como a sensação de brisa no rosto, a umidade da chuva ou ainda o desabrochar das flores presentes no “Espaço Havaianas”. Além disso, uma “identidade olfativa” foi desenvolvida pela Natura exclusivamente para a Havaianas, com o objetivo de traduzir em uma fragrância a simplicidade, o colorido e a alegria da marca.
Números
Não é de hoje que as Havaianas saíram dos canteiros de obra e foram parar nos pés de celebridades como Angelina Jolie, Brad Pitt, Britney Spears e Kate Hudson. Também não é novidade que a sandalinha de dedo com sola de borracha se transformou num ícone da moda pop e num dos produtos brasileiros mais globalizados: só em 2007 foram comercializados 171 milhões de pares, sendo 20 milhões para 65 países.
Detalhe: o modelo mais simples, vendido por 8,90 reais em supermercados brasileiros, custa 18 euros (54,70 reais) na Galeria Lafayette, em Paris.
Para recuperar os 10 milhões de reais investidos, a Alpargatas espera vender ali 6 000 pares de chinelos por mês, que custam entre 7,90 (modelo infantil da linha Top) e 250 reais (com tiras bordadas com cristais Swarovski).
O objetivo da Alpargatas, que lançou o chinelo em 1962, é estreitar laços junto a um público acostumado com exclusividades. E, claro, ser um ponto turístico para os que vêm visitar a via comercial mais elegante da cidade.
* texto e fotos extraídos da Revista Veja São Paulo, de 24/01/09.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Justamente o que o mundo mais precisa...

... mais um blog sobre moda!

Foi um longo processo até eu acreditar que teria alguma informação a acrescentar sobre este assunto - e que minha opinião pudesse ser de interesse de alguém.

Tenho a meu favor uma vasta experiência - cresci dentro de loja. Em 2010 serão 20 anos de trabalho formal no comércio. Ajudo a administrar quase uma dezena de lojas - em ruas, em shopping, na web. Conheço todas as funções de um comércio e escolhi me especializar em compras. Mas não resisto e, vez ou outra, estou no front: vender é uma aventura!

Escrever sobre este universo, portanto, acabou sendo o caminho mais natural encontrado para compartilhar minhas experiências, opiniões e também minhas angústias sobre o mercado de moda.

O universo dos blogs é vasto, mas generoso. Aproveito para agradecer às meninas do Oficina de Estilo, Fernanda Resende e Cris Gabrielli, por me estimularem a escrever em um espaço só meu. À Ana Clara Garmendia, do Moda Paris, por mostrar o valor inestimável de uma boa imagem e das frases enxutas, mas carregadas de opinião. E à Scott Schuman, do The Sartorialist, que lançou o start deste blog ao explicar, em entrevista à Alexandra Farah, os princípios básicos que fazem um blog ser bom e que valha a pena ser lido. São vocês que, diariamente, vêm me ensinando a blogar, apesar de a aluna não ter talento excepcional para tal. Mas generosos que são, ensinam tanto mais e além que tornam o aprendizado uma jornada de descobertas...

Em especial, agradeço ao meu marido Ray, autor de muitas fotos que veremos aqui e meu personal geek - consultor para assuntos tecnológicos e sabe-tudo de informática.

Dedico este blog à minha família - meus pais, meu irmão e minha irmã -que com talentos tão diferentes e complementares, só poderiam resultar na fabulosa equipe de comerciantes que somos - negociantes que descobrimos com muito trabalho que, paixão e respeito às diferenças é que são a verdadeira alma do negócio.

Sejam todos bem vindos! Torço que para que se tornem fregueses!

* a foto acima faz parte de uma campanha para desmoralizar os blogs e seus autores, criada em 2007 pelo Jornal O Estado de São Paulo. Como os blogs e o Estadão continuam firmes, apesar de todas as vicissitudes, acredito ter encontrado a imagem perfeita para ilustrar meu primeiro post!