domingo, 14 de junho de 2009

Parada Gay movimenta o comércio

A Parada do Orgulho GLBT* - ou, simplesmente, Parada Gay - acaba de acontecer na cidade de São Paulo e, ao que tudo indica, teve recorde de público. Pelo segundo ano consecutivo, a Parada Gay paulistana recebe o título de maior do mundo, superando a de São Francisco, EUA, considerada a cidade mais gay do mundo.

O evento agita toda a cidade. A ocupação nos hotéis aumenta nos dias do evento. Os comerciantes comemoram o aumento do faturamento. A Parada Gay só perde em arrecadação para a Fórmula Um, como afirma a matéria (de 12/06) veiculada na TV Globo.

A festa alcança o comércio popular, da região do Brás e da 25 de Março e vai até às lojas da Rua Oscar Freire e do shopping Iguatemi, dois ícones do consumo de luxo na capital. Levantamento feito pela consultoria GayBrasil, que treina funcionários de lojas, hotéis e restaurantes para lidar com o público GLBT, revelou que as vendas nas principais lojas de grife da cidade sobem entre 20% e 25%.

"São informações passadas por associações de lojistas. Mas não adianta o comerciante investir em publicidade para atrair o cliente só nesta época do ano. É preciso um trabalho duradouro, de bom atendimento e serviço, para ter um retorno deste tipo. O público GLBT é muito sensível e percebe quando o prestador de serviço ou loja só quer se aproveitar desse período do ano", diz Ricardo Hida, consultor em comunicação e imagem corporativa da GayBrasil.

Hida explica que a rede hoteleira já percebeu essa diferença e investiu em treinamento de pessoal. "As redes de hoteleiras, especialmente da região da Avenida Paulista e dos Jardins, foram os primeiros a investir na fidelização desses clientes, com um grande investimento em treinamento dos funcionários. Em segundo lugar, vêm os restaurantes. Mas esta é uma visão que falta a maioria dos lojistas", afirma Hida. A rede hoteleira, até o momento, é a que mais tem lucrado com o evento. "Nessas duas regiões, o índice de ocupação fica perto de 100% durante essa temporada." Para Hida, as lojas que mais lucram com a parada são aquelas que estabeleceram uma forte identificação com o público GLBT. "Grifes como Walério Araújo, Mário Queiroz, Fause Haten e Cavalera e as grandes grifes internacionais, como Calvin Klein, Diesel, Foch e as marcas vendidas pela Jeans Hall (loja que comercializa jeans premiun) devem ter dias bastante lucrativos na semana que antecede a Parada."

A maioria dos turistas que frequentam a Parada Gay é brasileira. "Vem muita gente de cidades menores, que não têm pontos de vendas de grandes marcas. Então, o pessoal aproveita não só para se divertir, mas também para consumir e aproveitar toda a parte cultural da cidade, as peças, as exposições e as mostras de filmes, mesmo aquelas que não sejam diretamente ligadas ao tema da homoafetividade - diz Hida.

  • * GLBT são as iniciais de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais. Mas a parada celebra a diversidade e convida também simpatizantes e seres humanos em geral.
  • Os broches (buttons) na imagem do início do texto são de uma empresa novaiorquina que fornece para vendedores de lojas, garçons e staff de hotéis durante a Gay Pride, de NY. Uma forma simples e econômica de demonstrar imparcialidade no atendimento e que todos são bem vindos.

* dados do G1 e do Jornal o Globo.

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