terça-feira, 22 de setembro de 2009

Protecionismo ou guerra de mercado?

A sobretaxa provisória sobre os calçados importados da China, anunciada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) na semana passada, elevou o tom da briga entre marcas multinacionais e indústrias brasileiras do setor, especialmente a Vulcabrás/Azaléia.

Os dois grupos se enfrentam desde o ano passado em um processo de antidumping no Ministério do Desenvolvimento, que culminou na decisão, válida por seis meses, de taxar em US$ 12,47 cada par de sapato comprado do país asiático. Fabricantes de tênis de marcas estrangeiras, como Nike, Adidas, Puma e Asics, e até a brasileira Alpargatas, pediam a exclusão dos tênis de corrida da medida, o que não ocorreu.

Asics acusa a Abicalçados de favorecer a Vulcabrás

Em comunicado, a japonesa Asics criticou abertamente a decisão da Camex. Para a empresa, a decisão beneficia somente a Vulcabrás/Azaleia, dona das marcas de tênis Reebok e Olympikus. Para a empresa, com a medida, “o consumidor ficará nas mãos de uma empresa com grande poder de mercado.” A Asics importa da China até 60% do volume vendido no País. A companhia estuda medidas jurídicas para reverter a decisão. Por ora, prevê aumento de preços.

Grupo Vulcabrás/Azaléia rebate as críticas com "tapa de luvas"

Pouco mais de uma semana após o anúncio da aplicação de sobretaxas sobre calçados importados da China, a Vulcabrás/Azaleia anunciou a contratação de 1,8 mil pessoas em suas quatro fábricas no País. A abertura de vagas na Vulcabrás/Azaleia está diretamente relacionada à medida do governo, afirma o presidente da companhia, Milton Cardoso. O grupo tem hoje 37 mil empregados no Brasil e na Argentina. "Desde 2007, R$ 200 milhões foram aplicados na construção de prédios industriais, na compra de máquinas e no desenvolvimento de produtos. Com o dumping e a conclusão da a parte física dos investimentos, podemos admitir mais pessoas”, diz Cardoso.

Milton Cardoso, que preside a Abicalçados e é também o presidente do Grupo Vulcabrás/Azaléia.

* As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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