Não, não estou falando dos boyfriend, saruel ou cenoura. Meu assunto aqui é consumo. E a calça que vai vender nas lojas na próxima estação é a nossa velha conhecida skinny.
Onde ainda é inverno (do lado de baixo do Equador), a skinny tem sido vista acompanhada de jaquetinhas hussardos (tipo as das paquitas, capice?), paletós mais longos, com os ombros marcados. O efeito é de segunda pele. Meias praticamente.
E no verão? Continua tudo particamente assim. Veremos os skinnies com camisetonas largas e fininhas (algumas até transparentes, em malha desgastada, que está sendo chamada de "podrinha"). E também com blusinhas de algodão com o shape de batinhas, que no entra e sai das estações, continua reinando na preferência das brasileiras. Ou com regatonas, mais longas e com cavas pronunciadas - que é para mostrar o sutiã e o que mais quiserem deixar à mostra. E estas regatas virão tanto em malha, com efeito mais casual - quanto em seda, organza, tule transparente, ou bordadas com muitas pedras ou paetês foscos ou brilhantes - com intenção de sofisticar.
A novidade mesmo serão as LAVAGENS das skinnies:
- Claras, passando pelo cinza e chegando ao branco;
Kate Moss e Vicky Beckam, ditando moda
- Desgastadas e rasgadas (efeito destroyed ou ripped);
As Heidis - Montag e Klum - jeans ripado ou rasgado. E a bossa da barra dobradinha também tá valendo...
- Manchadas (como as desfiladas por Balmain)
Na passarela e nas ruas, jeans muito claros, manchados, destruídos + jaqueta "paquita" (tudo Balmain)
No quesito MODELAGEM, atente para:
- Cós baixo (moderadamente baixo, não o extra baixo);
- Bolsos da trás maiores e costurados mais para baixo;
- Costuras laterais (da cintura ao tornozelo) simétricas. Ou seja, dividem a parte da frente a de trás do corpo em partes iguais. "O objetivo é evitar o look "popozuda", diz Cristiane Ruiz, da Calvin Klein.
Mas, e como vender (e escolher) o jeans-meia certo? "Há skinnies e skinnies", como explica Tito Bessa, da TNG, em entrevista para a Folha de São Paulo, mais confundindo do que esclarecendo. "O segredo está na modelagem e no elastano (= lycra).
Na categoria skinnies "moça de família" (os recomendáveis), a dose de elastano misturada ao algodão não ultrapassa a linha do que é considerado bom gosto. Ou seja, nada da aparência de "embalada à vácuo".
Adriana Bozon, da Ellus, com look total jeans branco, antes do desfile verão 2009/10
A fabricante Ellus, por exemplo, controla o efeito elástico. Segundo Adriana Bozon, estilista da marca "as skinnys têm um percentual pequeno de power lycra (responsável pelo efeito knorr - conhece? - onde qualquer "galinha velha" acaba por dar um "bom caldo").
- Já a Calvin Klein delimita a oferta de skinnys até o tamanho 42 para evitar que as fora-de-forma tentem entrar numa superskinny.
Em oposição, as skinnies a la Gang têm o espírito calça de ginástica. A dose de elastano é extra, extra, extra. Os bolsos, menores, são costurados mais para perto do cós (aumentam a derrière). E as costuras laterais são jogadas mais para a frente do corpo. Tudo para que o bumbum fique mais parecido com o de Jennifer Lopez (ou Juliana Paes, ou Beyonce ou Mulher Melancia).
Mulher Melancia (e Melão) no aeroporto Galeão, com os "confortáveis" jeans Gang
Ou, como descreve o material de marketing da Gang (marca carioca de Alcyr Amorim) "faz qualquer traseiro parecer grande e mais redondo".
Captou? Redondo e bem grande...
* quem deu as dicas das diferenças entre skinnies foi a editora de moda Simone Esmanhoto, no seu C'est Sissi Bon. A maioria das imagens é do Denimology. A do trio "força no elastano", foi tirada por Marcelle, no centro de São Paulo.