quarta-feira, 13 de maio de 2009

Fechando II - O fim de um ícone

Falando de lojas que fecham, peço licença para comentar uma notícia que, à primeira vista, não parece ser sobre varejo de moda, o foco deste blog, mas que faz todo o sentido para mim.

Lembro a primeira vez que entrei na Mega Loja da Virgin Records no Times Square, em Nova York. Foi a primeira loja de CDs daquele tamanho que eu via. Enorme, descomunal, com uma variedade impressionante de CDs de todos os gêneros musicais. Fiquei alucinada. Passei mais de uma hora fuçando as prateleiras e perdi-me de meus irmão e de meu pai, companheiros de viagem naquela que foi minha primeira visita à Nova York. Era o ano de 1991. Voltei feliz para o hotel - e minha família, desde então, aprendeu que não vale a pena esperar por mim!

No dia 30 de abril de 2009, aquela loja imensa (a maior loja de CDs do mundo!) fechou suas portas para sempre. No seu lugar, será inaugurada mais um ponto de venda de roupas da marca Forever 21, uma das novas sensações da moda jovem nos EUA, conhecida por vender roupas com apelo fashion por preços acessíveis (a inauguração da Forever 21 está prevista para daqui há um ano). Além da loja da Times Square, outras seis lojas Virgin fecharão este ano, como a mega-store de San Francisco (foto abaixo). A justificativa é que o comércio de música migrou para a web e sobraram poucos clientes dispostos a pagar por mídias físicas. Por conta disso, manter lojas tão espaçosas em pontos de alto valor de aluguel, dificultaria a lucratividade da operação.

A loja da Virgin na praça mais famosa de Nova York foi um símbolo da força econômica do mercado fonográfico. Não se concebia nenhum lançamento de novo álbum de artista ou banda famosos sem uma passagem pela loja da Times Square, com a presença dos astros e de filas enormes de fãs à porta. A partir de agora, essas cenas farão parte do passado.

  • As informações dão conta que, somente na Virgin da Times Square, 200 funcionários foram demitidos. Com as seis lojas fechando, serão 1060 demissões diretas.
  • E como fica o mercado de produção de cds, estúdios, designers e tantos mais que vivem da venda de Cds e DVDs? Beleza, sei que essa história tem cara de "crônica da morte anunciada" e que há tempos se vê a venda de CDs e mesmo DVDs despencar, perdendo mercado para as compras online ou por dowloads gratuitos ou ilegais. Mas e daí? É fechar as portas e partir pra outra?
  • Talvez surjam outras tecnologias que substituam os CDs, assim como os LPs foram sustituídos por eles. Mas não consigo evitar a tristeza com o fim desse mercado: tão bom fuçar lojas de discos...
  • E quando a humanidade comprar tudo online? Ainda vão existir lojas físicas?

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