quarta-feira, 13 de maio de 2009

Fechando...

Por culpa das altas taxas argentinas de importação, Emporio Armani fecha única loja na Argentina. Em texto divulgado pela assessoria da grife para a América Latina, alegam que as barreiras tarifárias que priorizam o mercado interno e objetivam reconstituir a economia do país, somadas aos reflexos da crise mundial, acabaram por justificar a retirada da marca da capital argentina.
Curiosamente, a loja sai do país em decorrência de fatores parecidos que propiciaram sua entrada, já que foi estabelecida em 2001, ano da pior crise vivida pelo país. O detentor dos direitos da marca no país, The Exxcel Group, era obrigado a importar todas as peças vendidas na loja, localizada no elegante bairro Recoleta, em Buenos Aires. Mesmo assim, até o início da crise, as vendas se mantiveram estáveis, paralelas ao crescimento médio anual de 8% da economia argentina.
A Armani continua representada no país por 3 outras lojas da Armani Exchange, uma espécie de segunda marca que vende roupas mais básicas. Mas a permanência de tais lojas depende ainda de negociações, já que a The Exxcel Group quer ao menos a autorização para produção local destas roupas, que não possuem a mesma exigência de confecção exclusiva da primeira marca.
  • Mais uma retração causada pela crise econômica mundial, que não poupou o mercado de luxo e confirma a tendência de que os ricos têm comprado menos. De acordo com o ranking de março da revista Forbes, o mundo agora tem 793 bilionários em comparação com os 1125 do mesmo mês do ano passado, uma queda de 29,5%.
  • Vale lembrar que as leis de importação no Brasil também visam proteger a produção fabril interna. E a aplicação da lei tem sido bem rigorosa (ou seria vistosa?), vide caso Daslu.
  • Mas a explicação que a Emporio Armani argentina forneceu é ridícula: burocracia, impostos, greves de portuários, formulários e mudanças nas leis são percalços previsíveis neste mercado que torna tortuoso o caminho de qualquer produto importado. O mercado de luxo se sustenta na importação, portanto, deveria estar preparado para enfrentar vicissitudades deste tipo.
  • Conclusão: uma loja com produtos de qualidade; estruturada; em bom ponto de venda; amparada por uma marca forte e amplamente reconhecida por um poderoso aparato publicitário, não faz dela um sucesso comercial, simplesmente. Sem uma boa administração, não vinga.

* nota lida no Portal Use Fashion

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