Quem passa pela Oscar Freire sabe - porque vê - que os tempos são outros. Liquidações temporãs com descontos que chegam a 80% em quase todas as lojas e vão até depois do Carnaval, quando em anos anteriores não passavam das primeiras semanas de janeiro, tentam desovar o estoque encalhado.
Na Daslu os descontos fora de época - nos produtos nacionais e importados - estão na moda e andam na casa dos 70%. Eliana Tranchesi conta que diminuiu a compra de peças importadas ("porque estão muito caras") e investiu mais em marcas nacionais, fazendo "compras mais seletivas". "Estou há 30 anos no mercado e já escutei milhões de vezes que este ano é de crise, mas agora realmente acredito que essa crise vai mudar o comportamento das pessoas. Reestruturei toda a criação da loja", diz.
Eliana Tranchesi, da Daslu
A empresária Mirian Ofenhejm Gotfryd diz que o momento "é de reavaliar os conceitos de consumismo" e "usar o dinheiro de forma mais inteligente, sem perder o prazer"."Estou cultivando hábitos prazerosos para substituir o supérfluo e o consumismo desenfreado, como sair para comprar flores e passar por galerias de arte. Agora, levo o presente só na cabeça. O mesmo dinheiro compra o feio e o bonito, vai da consciência de cada um".
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