sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Oscar Freire, a grande vitrine paulistana

Dois dos endereços mais badalados de São Paulo, a Rua Oscar Freire e o Shopping Iguatemi, ambos nos Jardins, zona sul, colocaram a cidade na lista das cidades com os aluguéis de lojas mais caros do mundo.
A capital paulista está em 32º lugar, mas pula para 9º lugar quando se considera apenas o Shopping Iguatemi, que cobra em média US$ 176 o metro quadrado de uma loja - pouco se comparado com o campeão da lista, a 5ª Avenida, em Nova York, onde o metro quadrado custa US$ 2.244. "O Iguatemi é um lugar consagrado", diz Milena Morales, gerente de pesquisa da Cushman&Wakefield, empresa responsável pelo levantamento.
Prova de que o público é exigente, a Rua Oscar Freire valorizou após a revitalização do espaço, que lhe conferiu ares de bulevar. Os fios elétricos foram soterrados, as calçadas alargadas, e surgiram bancos onde os freqüentadores - são 30 mil por dia - sentam para conversar e tomar sorvete. A mudança fez o preço da locação subir 33%. A partir daí, foram abertas cerca de 40 lojas de grifes nacionais e internacionais, segundo Rosângela Lyra, presidente da Associação dos Lojistas da região.
Surgiram outros tipos de lojas, maiores e conceituais. A Havaianas abriu um espaço de 500 metros quadrados, assinado por Isay Weinfeld - arquiteto que projetou o hotel fasano, também nos Jardins. Entre as Ruas Melo Alves e da Consolação, o antigo prédio da Formatex, de 650 metros quadrados, foi alugado pela Le Lis Blanc, loja roupas femininas e decoração. Quem assina o projeto de decoração é o badalado arquiteto Sig Bergamin. A Adidas também abriu uma megaloja, com 700 metros quadrados - por uma luva de cerca de US$ 500 mil, estima-se.
A valorização da rua provocou uma supercorrida por pontos. Um dos mais disputados foi o da esquina com a Haddock Lobo. O endereço ficou dez anos vago. Christian Dior, Zara, Ralph Lauren e uma concessionária Peugeot tentaram alugar, mas desistiram. Três marcas se associaram para conseguir o ponto, Espaço Santa Helena, Cleusa Presentes e Suxxar.
"Não é só uma questão imobiliária. As grifes que foram para lá depois da revitalização trouxeram um novo padrão de lojas", diz Kathia Raucci , da consultoria imobiliária Saramandona. "Ali, tem loja de vidro belga. E o padrão de cliente que atrai agrega ainda mais valor ao ponto. Por isso, o preço das luvas chegam a R$ 1 milhão, muitas vezes".
* li no Comunidade de Moda, em 02/12/2008.